Vai dizer que nesses dias frios não dá uma vontade de comer aquelas comidas quentes, encorpadas e cheias de sabor? A culinária italiana, muito presente no nosso dia a dia, tem inúmeros pratos perfeitos para o inverno. Mas tem um deles que rouba o meu coração e me faz salivar só de pensar: o Ossobuco. Nunca ouviu falar?
Esse prato é exatamente aquilo que vem em nossa mente quando pronunciamos Ossobuco (osso com buraco). Se retira parte da canela traseira do gado e se corta em fatias, parecendo grandes bifes redondos com um osso no meio. E é dentro deste osso que se encontra o tutano, uma espécie de carne gelatinosa, essencial para dar sabor e consistência ao prato. As peças de ossobuco pesam, normalmente, em torno de 300 gramas e devem ter dois dedos de espessura, o que facilita o cozimento. Esta cocção deve ser feita sempre de maneira lenta e com fogo baixo de modo a garantir a maciez da carne e um molho escuro encorpado.
O Ossobuco, típico da região da Lombardia na Itália, em especial da cidade de Milão, nasceu da necessidade básica do ser humano de se alimentar e da dificuldade de se obter e aproveitar por completo os alimentos. A exemplo de outros pratos que se tornaram ícones da culinária mundial, como a feijoada criada pelos escravos, um corte de carne considerado de qualidade inferior foi transformado em uma iguaria apreciada em todas as partes do planeta.
A forma de preparo do prato pode variar conforme hábitos e disponibilidade de recursos de cada cultura, mas alguns ingredientes são indispensáveis para a elaboração do molho onde a carne é cozida: cebola, alho, salsão, cenoura e, como uma boa receita italiana, não economiza no “pomodoro” (tomate, a maçã de ouro dos italianos). Além desses vegetais, o molho leva vinho, caldo de carne e ervas frescas.
Para acompanhar, não há melhor combinação do que a tradicional polenta, “labella polenta”! Experimente fazer esse prato e você se sentirá dentro de uma cantina italiana sem sequer sair de casa.
Autora: Marina Guedes